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O programa Música Erudita desta terça-feira (31), de 22h à meia-noite, apresenta obras compostas para a viola d'amore, ou viola do amor, instrumento típico do Barroco europeu do final do século XVII. Entre as peças selecionadas para audição, estão o Concerto em Sol Maior de Johann Michael Böhm (1685-1753), Partita em Fá Maior de Christian Petzold (1677-1733), e Trio para duas flautas e viola d'amore, de Friedrich Wilhelm Rust (1739-1796), com interpretação do grupo da Schola Cantorum Basiliensis, de Basiléia (Suíça).
A viola d'amore é um instrumento de cordas friccionadas com arco, não-temperado (sem trastes no braço), parente do violino, da viola e do cello, porém com 14 cordas, sendo 7 delas tocadas e 7 "cordas simpáticas", que apenas ressoam por afinidade com as primeiras sete. Tornou-se muito comum no final do Barroco e início do período Clássico da música erudita europeia, entre os séculos XVII e XVIII.
Outra curiosidade desse instrumento é a provável origem do Oriente Médio, por causa do conjunto de cordas adicionais de ressonância e pelo fato da boca de ressonância da viola d'amore possuir o formato de uma espada flamejante, símbolo identificado com o islamismo e o profeta Maomé. A mão da viola d'amore tem entalhado o rosto de um cupido com os olhos vendados, uma clara referência à mitologia greco-romana, o que também demonstra a ocidentalização do instrumento. Atualmente, o repertório da viola d'amore é estudado por pesquisadores de Música Antiga, e executado por grupos de música de câmara, particularmente em obras solo, sonatas, trios e concertos.
O Música Erudita é transmitido todos os dias, de 22h à meia-noite, e tem produção e apresentação de Leovigilda Bezerra, e operação de áudio de José Raimundo Lustosa e Adalberto Inácio.