A MEAC, Maternidade-Escola Assis Chateaubriand, da UFC, comemora os 20 anos de implantação do Método Canguru. Através dele, incentiva-se o cuidado com o recém-nascido para além da necessidade biológica, reforçando a importância do vínculo da família no desenvolvimento do bebê.
Um dos focos é o bebe prematuro, mas a modalidade aplica-se também a recém-nascidos de parto normal. A Terapeuta Ocupacional, Elaine Soares, integrante da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal do Canguru, da MEAC, fala sobre o método Canguru:
"É um método de assistência perinatal que a gente cuida do bebê com uma atenção mais humanizada. Na nossa unidade, aquele bebê que é prematuro e/ou está abaixo do peso recebe atenção da mãe. A mãe se reinterna com ele e é ela quem vai prever os cuidados, alimentar o bebê, diferente de uma unidade neonatal convencional, em que o bebê fica internado sozinho e a mãe só vai visitá-lo. Nosso grande diferencial é a presença materna, ela cuida do próprio bebê, faz o aleitamento materno mais eficaz, porque ela está em todos os horários da amamentação. Ela promove esse vínculo, que a gente inicia com a postura canguru, que é o bebê em contato pele a pele com a mãe, o que intensifica tanto vínculos quanto fortalece a questão pulmonar e o desenvolvimento neuropsicomotor do bebê".
As comemorações na Maternidade-Escola começaram nesta manhã com a participação da Coordenadora Geral de Saúde da Criança e Aleitamento Materno do Ministério da Saúde, . Luiza Machado. Na programação, apresentação de vídeo e cordel, homenagens, gincana e outras ações. Elaine Soares, integrante da Unidade de Cuidados Intermediários Neonatal do Canguru, da MEAC, diz como surgiu o Método Canguru e as perspectivas.
"Ele é desde de a década de 1970, na Colômbia. Ao passar dos anos o método foi sendo inserido em vários países, e foi em 2000 que ele passou a ser uma política pública do SUS, no Brasil. Nós da MEAC implantamos antes mesmo dessa regulamentação como política pública. Hoje, ele é um método reconhecido e utilizado no mundo todo. A perspectiva é que mais hospitais de Fortaleza possam ter a unidade canguru como forma de assistência, para que a mãe tenha essa possibilidade de estar ao lado do bebê as 24 horas".
A MEAC tem 5 leitos na Unidade Canguru. O método é uma das iniciativas que possibilitaram a Maternidade-Escola ser reconhecida pelo Ministério da Saúde como o primeiro Centro de Apoio às Boas Práticas de Parto e Nascimento do país.
Reportagem de Fernando Jocelito para a Universitária FM.