Uma voz grave sai da boca da rapper Mádame, na hora de rimar linhas como estas: “Bandido favelado, fardado ou engravatado. Quem me derruba primeiro nunca vou ter a certeza. Não é Rio de Janeiro: bem vindos a Fortaleza.” Os versos, que apresentam um panorama caótico da capital cearense, vêm de “Holocausto Capital”, faixa no EP que a artista apresenta, faixa a faixa, neste domingo, dia 09 de agosto, no programa Zumbi – O Rap na Universitária FM.
No fio da navalha – que é mais curto que um álbum, e por isso é chamado de extended play (EP) – foi lançado no último 28 de junho, Dia do Orgulho LGBTQIA+. Não à toa, alguns dos samples usados remetem a Marsha P. Johnson, “queen de rua” afro-americana que se destacou na Rebelião de Stonewall (Nova York, 1969), e Dandara Kettley, travesti torturada e assassinada em Fortaleza há três anos.
Ao longo das seis faixas, Mádame expressa a ansiedade da criação artística, os desafios das ruas para uma “bixa preto-periférica”, os encontros nos slams e saraus nas bibliotecas comunitárias, a ambiguidade das relações familiares. Na 12ª entrevista realizada pelo programa por meio do WhatsApp durante a pandemia, Mádame contará mais detalhes do EP, que tem produção musical de 777ad e Frieza Mob, arte de Fluxo Marginal e finalização da Gain Lab Studios.
Além de notícias do hip hop brasileiro, o programa Zumbi também trará os novos sons da mineira Tamara Franklin e do pernambucano DEHLE, filho do músico Gilmar Bola 8, fundador da Nação Zumbi.
O programa Zumbi – O Rap na Universitária FM vai ao ar aos domingos, das 18h às 20h, e é produzido, editado e apresentado por Thaís Aragão. Confira os programas passados na plataforma Mixcloud.com/RadioUniversitariaFM e também no Blog do Zumbi.