Ouça "Festival Cearense de Hip Hop retorna no TJA" no Spreaker.
Vitória Rassanth
Especial para a Rádio Universitária FM 107,9
O Theatro José de Alencar, em Fortaleza, foi palco para a 10ª edição do Festival Cearense de Hip Hop (FCH2) nos últimos dias 31 de maio, 01 e 02 de junho. O evento trouxe apresentações, competições e cursos, com foco numa variedade de danças urbanas e com grande intercâmbio cultural. A ideia foi contribuir na formação artística dos participantes e também proporcionar a circulação e a promoção dos componentes. Além de grupos de Fortaleza, Maracanaú e Barreira, também se apresentaram dançarinos de São Luiz do Maranhão e de Londrina, no Paraná. Nas batalhas, o festival recebeu representantes de todo o Ceará e de diversos estados do Nordeste.
Essa iniciativa ocorre desde 2011, porém foram 4 anos sem o festival devido à pandemia, e também à baixa captação de recursos. Nessa perspectiva, a edição de 2024 foi muito aguardada e comemorada pela produção do evento. O Zumbi - O Rap na Universitária FM conversou com a Janne Ruth, gestora social e cultural que participou da organização do Festival Cearense de Hip Hop:
“Esse festival foi criado em 2011 a pedido da COELCE (atual Enel). Eles queriam que a gente trabalhasse com as comunidades pra acabar com as pichações nas subestações. [...] Aí veio a ideia do festival do hip-hop, do grafite, que são elementos das danças urbanas e se tornou o maior do Norte e Nordeste, um festival puro da cultura hip-hop."
Realizado pelo Instituto de Dança, Arte, Cultura e Educação - IDANCE, o Festival Cearense de Hip Hop 2024 contou também com o apoio da Prefeitura de Fortaleza, por meio da Rede CUCA. A proposta foi envolver a juventude periférica num grande encontro em que a dança urbana é encarada como expressão artística, fortificando e disseminando a cultura hip-hop e suas diferentes linguagens no Estado:
"E esse festival contempla uma galera muito importante, que é a juventude que mora nos arredores da Rede Cuca, ou em comunidades menos privilegiadas. É uma chance que eles têm de poder ver, de poder fazer uma troca. Então é um intercâmbio. Eles trocaram com vários B-boys e B-girls. Nós estamos com 11 estados aqui inscritos: B-Boy, B-Girls, dançarinos de house, popping. Então contempla esse público da Rede Cuca, essa juventude fazendo danças urbanas, fazendo a própria criação do corpo dele, do entendimento, do estudo, do que eles aprenderam.”
O breaking é um estilo de dança que surgiu nos Estados Unidos na década de 70, nas festas no Bronx, em Nova York, durante a emergência da cultura hip-hop. O DJ e o MC (Mestre de Cerimônia) têm papéis fundamentais nas batalhas: eles comandam a festa e ditam a sintonia entre música, dançarinos e público.
Esse ano, o breaking estreia nos Jogos Olímpicos de Paris 2024, com batalhas solos entre 16 b-boy e 16 b-girls. A nova modalidade olímpica, que acontece em agosto, já deixa expectativa sobre a dinâmica e sobre como o Break Dance será mais difundido e valorizado entre as culturas.
A programação da edição 2024 foi repleta, com mostra livre, freestyles, workshops, cyphers, batalhas house e open style, popping battles e várias modalidades competitivas. O Festival Cearense de Hip Hop reuniu artistas do Nordeste, Norte, Sul e Sudeste e encerrou sua 10a edição já com expectativa para as próximas edições e atividades.