Radialistas, comunicólogos e jornalistas brasileiros se reuniram em uma rede para o fortalecimento dos profissionais que trabalham com o rádio, um dos mais tradicionais veículos de comunicação no Brasil.
Dessa união surge o Radialivres, Coletivo de Radialistas do Brasil, que será lançado nesta segunda-feira, dia 21. Um dos principais objetivos do grupo é o de difundir e propagar a música brasileira, destacando os nomes dos produtores musicais que não ganham espaço nas grandes mídias. Sarah Mascarenhas é jornalista e integrante do Radialivres. Ela explica como surgiu a ideia de organizar o coletivo.
"O Coletivo Radialivres surge do encontro de vários de nós na SIM São Paulo 2018. Ali, na SIM São Paulo, a programação é super extensa com shows, com debates, palestras, enfim, um movimento muito forte para a cadeia produtiva da música. E na ocasião, Patrick Torquato, Guga de Castro, Mari Sartorello e Fabiane Pereira estavam participando de uma mesa, mediada pelo Ricardo Rodrigues. E nessa mesa a gente discutia exatamente streaming x rádio, o papel do podcast, a gente estava nesse lugar de discussão. Nós saímos dali muito felizes com o encontro e combinamos de montar um grupo de whatsapp para que a gente discutisse mais sobre ações em rede, como que a gente poderia se organizar, enquanto categoria profissional, para fortalecer os nossos fazeres".
O Radialivres é composto por 26 profissionais que atuam em rádios de oito estados brasileiros. A jornalista Sarah Mascarenhas ressalta a importância da rede criada a partir da formação do coletivo.
"A importância da existência do coletivo no âmbito nacional é que a gente consegue fortalecer essa categoria e a gente entendeu que, mais do que uma luta pela música brasileira, uma luta por divulgar e difundir os artistas da música brasileira independente, atual e contemporânea, é a gente fortalecer o nosso fazer. E a gente entendendo que, em uma rede com tantos profissionais qualificados, como os que a gente conseguiu reunir, a gente tem capilaridade pra difundir e se colocar, se contrapor aos modelos que tem no mercado da música hoje".
A produtora Thaís Aragão representa a Rádio Universitária FM no coletivo Radialivres (Foto: Viktor Braga/UFC)
A luta pelos direitos humanos também é pauta para o Radialivres. Além da difusão de música brasileira, o coletivo se compromete ainda a sustentar e endossar espaços para representatividade das ditas minorias, seja na luta por questões étnico-raciais, de gênero ou apenas pela diversidade de ser o que você é.
Patrícia Palumbo, Patrick Torquato, Valéria Becker, Luciano Mattos e Guga de Castro são alguns dos nomes que compõem o Radialivres. Representando a Rádio Universitária FM, a produtora Thaís Aragão, responsável pelos programas Zumbi: O Rap na Universitária FM e Música Erudita, também está integrando o coletivo. Ela ressalta a importância do rádio e como a troca entre os membros do Radialivres é positiva para os profissionais.
"A importância de participar desse coletivo é, em primeiro lugar, reforçar o fazer rádio, como algo que não perdeu a sua relevância, principalmente se a gente pensar a produção cultural brasileira, a outra é uma troca muito grande de informações que se tem, então, eu tô em contato aqui com a cena de Fortaleza, e mando informações para radialistas que estão em outros estados, e recebo também, então há uma troca muito grande de informação. E também é uma forma de reconhecer que a Rádio Universitária ela está em conformidade, ela está em sintonia com esses valores da diversidade, da pluralidade, da atenção aos direitos humanos, da atenção a democracia".
O lançamento do Radialivres acontece a partir das 19h desta segunda, dia 21. No site www.radialivres.radio.br vão estar disponíveis as produções individuais e coletivas do grupo. Você também pode acessar o Instagram @radialivres para acompanhar as ações do coletivo.
Reportagem de Fabrício Girão.
