Ouça "Projeto Comunidades Criativas fortalece empreendedorismo de artesãs" no Spreaker.
De outubro a dezembro deste ano, 15 artesãs das comunidades da Graviola e do Poço da Draga, na Praia de Iracema, têm participado de formações da 3ª edição do projeto Comunidades Criativas. Flávia Muluc, coordenadora criativa do projeto, explica o que motivou a criação da iniciativa.
"Nós identificamos que desses espaços, dessas duas comunidades, as mulheres figuravam entre um maior índice de desemprego. Muitas são mães, avós e na sua maioria chefes de família que vivem de atividades informais. Então, o projeto tem esse propósito de contribuir pra formação mulheres e também pra geração de renda, que garantam a melhor qualidade de vida pra ela e suas famílias. Muitas dessas mulheres ainda estão naquele hiato entre atividade produtiva e aposentadoria, mas já não conseguem mais entrar no mercado de trabalho."
Mulheres entre 30 e 82 anos estão aprendendo juntas técnicas de costura, bordado e tecelagem para criar peças exclusivas a partir do reuso de resíduos têxteis, como retalhos e fardamentos usados. As atividades tem apoio da Secult e acontecem duas vezes por semana, sempre nas tardes de terças e quintas-feiras, no Hub Cultural Porto Dragão. Flávia Muluc fala sobre a contribuição dos cursos no fortalecimento da autoestima e na inclusão dessas mulheres.
"O projeto contribui nesse sentido de formação, mas também no sentido de fortalecimento dessas mulheres por estarem juntas, pelo fato de se sentarem juntas em volta de uma mesa, mulheres ali que tem muitos pontos em comuns, desafios em comuns, mas que acabam descobrindo novas possibilidades juntas. E isso acaba fortalecendo a autoestima delas, estabelecendo novas relações entre essas mulheres, de parceria, de amizade. E o que a gente vê como um grande resultado do projeto é isso também, a inserção dessas mulheres em atividades dentro de equipamentos culturais, normalmente estão a margem, essa faixa etária ela fica um pouco à margem das políticas culturais."
Conforme Muluc, o conhecimento apreendido reverbera não só entre as mulheres, mas em toda a comunidade e dentro de suas famílias.
Reportagem de Síria Mapurunga
