11/04/23

Pré-natal é fundamental na prevenção de anomalias congênitas

As malformações são a segunda causa de mortes dos bebês nascidos vivos, no Brasil (Reprodução/Internet)

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A cada ano, pelo menos 24 mil recém-nascidos, no Brasil, apresentam algum tipo de anomalia congênita ou malformação. A estimativa é do Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos. E pode ser maior, já que algumas anomalias exigem instrumentos e conhecimentos específicos para identificação, nem sempre disponíveis no serviço público de saúde, ou são diagnosticadas tempos depois do nascimento. São malformações que podem afetar o coração e o cérebro, por exemplo, comprometendo o funcionamento ou a aparência do corpo.

A pediatra da UTI Neonatal do Hospital Regional do Sudeste do Pará, Mara Freitas, explica o que são as anomalias congênitas:

"São todas as alterações funcionais ou estruturais que vão acontecer durante o desenvolvimento fetal. E essa origem vai se dar antes do nascimento. As anomalias congênitas elas possuem causas genéticas, ambientais ou desconhecidas".

A médica informa que as principais causas estão relacionadas a agentes infecciosos:

"Como rubéola, toxoplasmose, o HIV, citomegalovírus, o Zika, o uso pela mãe de drogas lícitas ou ilícitas, as endocrinopatias maternas, a mãe ser submetida a muita radiação. Então esses são as principais causas das anomalias congênitas".

Ela destaca as gestantes mais vulneráveis ao problema:

"Aquelas mães que não fazem pré-natal, os extremos de idade, mães que deixam de fazer a suplementação, por exemplo, do ácido fólico que é muito importante antes de engravidar, as mães com diabetes gestacional...são grupos mais suscetíveis que os seus fetos desenvolvam as anomalias congênitas".

O pré-natal é fundamental na prevenção e no acompanhamento das anomalias congênitas, orienta a médica Mara Freitas:

"A mãe que faz o pré-natal adequadamente ela vai receber a suplementação, por exemplo, do ácido fólico que evita a mal formação do sistema nervoso central. Ela vai realizar todas as sorologias e com isso ela pode receber o tratamento pra algumas dessas infecções. E também se esse feto ele tiver alguma anomalia o pré-natal, sendo bem acompanhado, vai ajudar no nascimento deste bebê e, posteriormente, no acompanhamento dele".

Ainda de acordo com a especialista, cerca de cinco por cento dos bebês nascidos vivos apresentam algum tipo de anomalia após o nascimento. E as complicações, decorrentes das anomalias, representam a segunda maior causa de mortalidade infantil, atrás, apenas, da prematuridade.

Dados do Ministério da Saúde mostram que 270 mil bebês morrem nas primeiras quatro semanas de vida, por problemas congênitos.

Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante

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