Dormir é uma atividade fundamental para a manutenção da saúde humana. No entanto, manter um sono regular é um grande obstáculo na vida de muitas pessoas.
Segundo estimativa da Associação Brasileira do Sono, cerca de 73 milhões de brasileiros possuem dificuldades para dormir.
Veralice Bruin é neurologista, médica do sono e professora da Universidade Federal do Ceará. Ela explica como a privação do sono pode atrapalhar a saúde e o bem estar de qualquer pessoa, independente da idade.
“Um sonho ruim se associa a diversas condições clínicas como psico metabólicas, hipertensão arterial, transtornos do humor, redução da sociabilidade, irritabilidade e até um pouco de agressividade, então tem uma série de repercussões em grais variáveis que ocorrem com esses problemas de sono.”
Essas questões também influenciam diretamente no processo de concentração e aprendizagem em sala de aula.E por conta disso, a Associação Brasileira do Sono defende que o horário de início das aulas seja a partir das oito e meia da manhã para alunos da sétima série ao terceiro ano do Ensino Médio.
Mas problemas com o sono também são constantes na vida de estudantes universitários. Ao perceber questões como essa, a professora Fátima Maciel do Departamento de Enfermagem da UFC criou o projeto Soneca, em 2012.
Angela Souza é a atual coordenadora do projeto, professora do Departamento de Enfermagem da UFC e vice-coordenadora do Laboratório de Práticas Alternativas em Saúde. Ela explica como funciona o Soneca.
“Um ambiente pronto para que eles pudessem após o almoço, após a alimentação feita após as aulas da manhã, eles pudessem ter pelo menos uma hora para ficar em descanso privado em um ambiente que não tivesse luz, tivesse ar condicionado e assim tivesse também colchonetes onde cada um pudesse descansar o corpo inteiro.”
O projeto é aberto a todos os estudantes da Universidade e funciona de segunda a sexta entre onze e meia da manhã até uma e quarenta da tarde no departamento de enfermagem. E além de permitir que os universitários tenham o espaço para descansar, se integra a atividades que facilitam o relaxamento de quem frequenta o local, como grupos de meditações.
A estudante de enfermagem Natasha Soares já participou do Soneca e relata como o projeto tem beneficiado os alunos.
“Ter um descanso, estar em um lugar tranquilo, climatizado para você recuperar as energias durante uma hora, uma hora e meio, ajuda muito, muito mesmo a dar uma descansada, uma desacelerada no organismo para voltar para o outro turno.”
Mas nem sempre a soneca durante o dia é suficiente para garantir a saúde das pessoas em relação ao sono.
Segundo a professora Veralice Bruin, algumas práticas podem facilitar a dormida. Como por exemplo, ter horário regular para ir dormir e para acordar, socializar durante o dia, reduzir o tempo que é passado dentro do quarto quando a pessoa não estiver dormindo, além de evitar a exposição a aparelhos como computadores, celulares e TVs antes de deitar.
Reportagem de Lucas D’paula com orientação de Carolina Areal.