O empreendedorismo foi um conceito criado pelo economista austríaco Joseph Schumpeter no ano de 1942. Desde então, esse termo remete a ideia de inovação e desenvolvimento de produtos que contribuem para melhorar a sociedade, com o empreendedor sendo o principal agente dessa prática.
Mas como atua o empreendedor? E de que forma o empreendedorismo vem ocupando cada vez mais espaço nas instituições?
A importância do empreendedorismo na sociedade atual
Antes de entender a relevância do empreendedorismo, é interessante explicar a atuação de quem pratica. Para Gabriel Soares, coordenador de projetos do Centro de Empreendedorismo da Universidade Federal do Ceará (Cemp), empreender é pensar fora da caixa. “É aquilo que se tem vontade de mudar. Principalmente, observando o que o mercado está necessitando. E que tudo isso esteja alinhado com o que você quer empregar para a sua vida e para o mundo”, afirma.
Clara Laurindo, diretora de marketing da Account, empresa júnior ligada ao curso de Ciências Contábeis da UFC, complementa a ideia e comenta que "ser empreendedor é se inconformar com a realidade que você e as outras pessoas vivem. A sociedade confunde o que é empreender, pois acha que é somente começar um negócio. Eu acredito que se pode empreender nas mais diversas áreas. Por exemplo, você pode ser um servidor público e ter uma veia empreendedora”.
O empreendedorismo tornou-se uma via para que as pessoas pudessem alavancar sua condição financeira, mas também para desenvolverem ideias de produtos e meios que colaboram com a sociedade. Segundo a Secretaria de Trabalho e Desenvolvimento Social do Governo do Estado do Ceará (STDS), desde 2016, houve um aumento em 15% de empreendedores formalizados no Ceará.
Fernando Soriano, coordenador de empreendedorismo da STDS ressalta a importância da prática nos dias de hoje. “Vivemos em um modelo econômico que a sua origem impossibilita boa parte da população de ter acesso ao emprego. Então, no contexto social de país que está vivendo uma crise econômica séria, os empreendimentos vêm como possibilidade de desenvolvimento e geração de renda para uma grande maioria de pessoas”.
O incentivo para se tornar um modelo de sucesso
Para empreender, além de um conjunto de ideias e causas inovadoras, é necessário o incentivo de esferas públicas e privadas para que se possam criar oportunidades. Dentro da UFC, por exemplo, essa realidade toma forma com a criação de empresas juniores, parcerias e prêmios que reconhecem as iniciativas.
O Cemp surgiu em dezembro de 2015 como um programa de extensão que propõe a disseminação de uma cultura empreendedora e a criação de negócios inovadores e sustentáveis. Com ações como a Feira de Empreendedorismo e o Prêmio Universitário Empreendedor, o centro auxilia as 25 empresas juniores existentes na instituição.
Lucas Tavares, voluntário do Cemp, explica como o programa proporciona aos estudantes uma imersão sobre o mundo empreendedor. “É importante porque incentiva as pessoas a inovarem, agregando valor na sociedade. O empreendedorismo diz respeito a você resolver problemas e produzir coisas novas. E isso é essencial no mercado lá fora. O Centro de Empreendedorismo atua justamente para aproximar o mercado e o ato de empreender aos universitários”, explica.
Clara Laurindo destaca o crescimento das empresas juniores, mas reitera que elas necessitam de mais incentivos. “Na UFC existem mais de 25 empresas. Só no Ceará é gerado mais de um bilhão de reais juntando as 37 empresas juniores que atuam no estado. Mesmo com isso, eu acredito que os órgãos superiores não têm dimensão da grandeza desse movimento”, ressalta.
O futuro do empreendedorismo
Se a expansão do empreendedorismo está em curso, o futuro reserva um espaço ainda maior para os esse modelo no mercado de trabalho. Algumas iniciativas proporcionam a sua inserção nas instituições e promovem um pensar diferente em diversos meios.
Uma dessas formas de negócio é o empreendedorismo social. A prática visa o desenvolvimento de produtos para melhorar questões que envolvem o meio ambiente, as desigualdades e as tecnologias, por exemplo, sem se preocupar com os lucros. Gabriel Soares entende que essa prática “vem crescendo bastante, principalmente no Ceará, sendo um aspecto que está sendo muito estudado e que as pessoas procuram para tentar desenvolver essas novas ideias”, aponta.
Assim como as novas maneiras de empreender surgem, a educação também é um ponto importante para o crescimento dessa área nos próximos anos. Ana Lúcia Coelho, diretora executiva da Junior Achievement, projeto voltado à educação empreendedora nos níveis básico e médio, entende que “o empreendedorismo tende a crescer e ocupar cada vez mais espaços. E é através da educação empreendedora que se transforma a sociedade, trazendo geração de riqueza e investimento no mercado de trabalho”, comenta.
Reportagem de Pedro Silva com orientação de Carolina Areal.