Ouça "Método Canguru aproxima pais e filhos no cuidado de bebês prematuros" no Spreaker.
Quando nasce um bebê prematuro, nascem também vínculos nos pequenos cuidados: em dar banho, na troca de fralda, no contato.
Esse é o fio invisível e forte que tece o Método Canguru, unindo mães, bebês e pais no dia a dia da internação na MEAC – Maternidade-Escola Assis Chateaubriand.
O método completa 25 anos de práticas na MEAC, maternidade que faz parte do complexo hospitalar UFC/EBSERH.
É uma “atenção humanizada”, que aproxima pais e filhos em todas as fases de internamento do bebê prematuro, define a enfermeira neonatal Alessandra Férrer, tutora do Método Canguru na MEAC:
"A medida que eles estão mais próximos, estão vivenciando o dia a dia do bebê, eles vão se sentir mais seguros, com mais autonomia pra cuidar desses bebês, e eles vão conseguir não só receber as orientações, mas realmente praticar aquelas orientações ao lado de uma equipe de saúde. E é nessas tarefas do dia a dia que o vínculo é formado, há o vínculo, o apego que é formado pelos sentimentos que já trazem, mas muito também da prática mesmo executora de tarefas. Então é no trocar de fralda, é no banho, é no alimentar o bebê que esse vínculo é fortalecido".
No Método, uma equipe multiprofissional orienta sobre práticas que vão da amamentação à compreensão do choro do bebê prematuro:
"Então, passa por todo o processo de internamento do bebê os cuidados que essa família, vai ter com ele durante o processo de hospitalização e para casa. Se há dúvidas de como acalentar um bebê que chora, imagina um bebê que nasceu antes do tempo que é pra esse pai e pra essa mãe poder fazer essa compreensão do choro do seu filho e entender que ele está ali tentando se comunicar com esse pai com essa mãe."
Uma das fases do Método é a Unidade Canguru, onde mães e pais podem passar o dia com os filhos, tecendo os vínculos.
É lá que o pai das gêmeas Sara e Esther, Pedro Nojosa dos Santos, tem aprendido sobre o apoio ao aleitamento materno e, principalmente, sobre paternidade e abraços:
"A partir do momento em que nós começamos a fazer o método Canguru, nós percebemos que houve o desenvolvimento bastante significativo em relação às nossas filhas psicomotor e até mesmo trouxe uma segurança e um conforto maior pra nós, e o contato pele a pele, criança e pais, proporciona tudo isso. Eu fiquei bastante emocionado porque é o momento em que você tem pra literalmente dentro do setor você viver a paternidade, eu acredito que isso faz com que a criança ela se sinta mais mais confortável, mais abraçada."
A Unidade Canguru tem cinco leitos de internação.
Ao longo dos 25 anos do Método Canguru, a MEAC já atendeu a mais de três mil famílias no local.
Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante