14/09/23

Labomar participa de missão internacional para recuperar oceanos

O projeto Ocean Citizen, ou Cidadão do Oceano em português, é coordenado pelo professor Sérgio Rossi, do Labomar – Instituto de Ciências do Mar da UFC (Foto: Laura Busquier/UGI)

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Os oceanos falam.

E as pesquisas científicas, ao redor do mundo, traduzem o que o profundo dos mares quer dizer à vida na Terra.

É uma voz que pede socorro: treze milhões de toneladas de lixo plástico são despejadas, todos os anos, nos oceanos Atlântico, Pacífico e Índico.

Muito além de ser a base da economia para vinte e oito por cento da população mundial que vive em regiões costeiras, os oceanos têm papel fundamental no equilíbrio do clima, absorvendo o gás carbônico e o calor da atmosfera.

É urgente manter os oceanos vivos, para que eles continuem produzindo a maior parte do oxigênio que a Terra também precisa para viver.

O projeto Ocean Citizen, ou Cidadão do Oceano em português, coordenado pelo professor Sérgio Rossi, do Labomar – Instituto de Ciências do Mar da UFC, vem ao socorro dos oceanos.

Ele desenvolve ações de regeneração dos oceanos e das bacias de águas doces e faz parte da principal iniciativa de pesquisa e inovação da União Europeia, para o período até 2026.

O professor Sérgio Rossi explica as ações:

"O importante é que são dois modelos de negócio diferentes que são complementários. Um quando você combina créditos de carbono, créditos de biodiversidade da zona, aumento da biodiversidade e também a fauna associada que são todas aqueles organismos que são associados às florestas marinhas. Outro modelo de negócio mais complexo de conseguir é um modelo turístico."

O objetivo é a recuperação das áreas degradadas e, ao mesmo tempo, a criação de um modelo de negócio sustentável.

A missão é desenvolvida no arquipélago das Canárias, na Espanha, e existem quatro projetos-pilotos, no Ártico, no Báltico, no Mediterrâneo e no Mar Vermelho, completa o coordenador.

"E todas são ecozonas muito diferentes, mas que tem que ser comparadas para compreender como funciona e se os indicadoras que nós utilizaremos para calcular a biomassa, a biodiversidade, o carbono associado...funciona."

A pesquisa começa pela identificação do que pode ser regenerado e como isso pode ser feito:

"É o primeiro passo. O segundo é desenhar para essa zona todos os processos que você utilizará de restauração. A terceira parte criar uma segmento a longo prazo de como se comporta esses hábitos no tempo, paralelamente você estuda na parte socioeconômica da zona para poder envolver as pessoas que estão na zona. É um programa integrativo para melhorar as condições mas ao mesmo tempo dar as oportunidades, as pessoas locais de ter o controle sobre o processo de conservação e restauração."

As ações são desenvolvidas por vinte e três parceiros, como universidades e empresas, de nove países.

Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante
Sonoplastia de Everardo Sousa

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