Tempo ruim para chover.
Uma estiagem severa, em 2024, provocada pelo El Niño, é a previsão da comunidade científica para o Nordeste. No lugar da esperançada quadra chuvosa, entre janeiro e abril, o período deve ser de seca.
A previsão é reforçada pela Funceme – Fundação Cearense de Meteorologia e Recursos Hídricos, reflete o presidente do órgão, Eduardo Martins.
"A Funceme, já em janeiro, levantou a preocupação de um cenário de El Niño que durasse toda a nossa estação chuvosa de 2024. Isso tem reflexos em vários setores principalmente aqui pra agricultura de sequeiro, de setor recursos hídricos, sob a forma de impactos de perda de proatividade de significativos e também de aportes reduzidos aos principais sistemas monitorados pelo estado do Ceará."
Este ano, o El Niño alternou enchentes e calor intensos, no Sudeste e Sul do País. De acordo com o Centro Nacional de Monitoramento e Alertas de Desastres Naturais, em 2024, as temperaturas, no Nordeste, podem subir até dois vírgula cinco graus acima da média. O presidente da Funceme projeta o impacto do El Niño no Ceará.
"O cenário do jeito que está posto ele é um cenário que aponta pra um impacto meio que generalizado para o estado do Ceará. Agora nosso clima ele é caracterizado pela parabilidade espaço-temporal. Então, eventualmente, a gente pode ter alguma localidade que sofra menos relativo ao aspecto mais regional. Mas de modo geral o cenário está posto aí nos uma preocupação para todo território cearense."
A agricultura de plantio e o aporte hídrico estão no caminho do El Niño, aponta Eduardo Martins.
"Então, esta é a preocupação, a gente tem que ter uma certa cautela em decisões no caso da agricultura de plantio nesse cenário de El Niño e no caso setor de recursos hídricos cautela nas alocações, algo que a gente vem eh trabalhando junto a Cogerh e junto aos comitês de bacia pra divulgar essa preocupação desde o início do ano. Então essas informações já vem sendo incorporadas no setor no que diz respeito a locação de água."
De acordo com a Cogerh – Companhia de Gestão de Recursos Hídricos, considerando a possibilidade de seca, a previsão é que a capacidade hídrica local diminua dos atuais quarenta por cento para vinte e nove por cento, no fim da quadra chuvosa de 2024.
Segundo informações do órgão, o estoque de água, na Bacia Metropolitana de Fortaleza, “é razoável” e é fundamental o cuidado no uso dos recursos hídricos e a conscientização de todos sobre a economia de água.
Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante