24/04/23

Cerca de 1% dos brasileiros apresenta perdas auditivas

Existem exames que possibilitam o diagnóstico precoce da surdez, desde o nascimento e em todas as faixas etárias (Foto: Reprodução/Internet)

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O Brasil tem mais de dez milhões de surdos, de acordo com o último censo do IBGE. Cerca de 1% da população do País reconhece ter alguma perda auditiva ou não conseguir ouvir de modo algum.

Em Fortaleza, somente nos dois primeiros meses deste ano, 318 exames foram realizados, no Ambulatório de Audiologia do Hospital Estadual Leonardo da Vinci, para avaliar a condição auditiva. As causas do problema podem ser congênitas ou adquiridas ao longo da vida. Doenças inflamatórias, causadas por vírus e bactérias, por exemplo, estão entre as causas de perdas auditivas.

Mas o problema pode ser evitado, considera a fonoaudióloga Wigna Raissa Leite Matias, coordenadora do Serviço de Fonoaudiologia do Hospital Estadual Leonardo Da Vinci:

"É importante a gente ressaltar também que quase 60% das perdas auditivas em crianças se devem a causas evitáveis, como doenças preveníveis por vacinas, e que mais de um bilhão de adultos jovens apresentam risco de perda permanente, porém evitável, devido a práticas auditivas e inseguras."

A prevenção passa pelo pré-natal e segue até a vida adulta, aponta a fonoaudióloga:

"A prevenção durante o período pré, peri e pós-natal incluem a imunização, o aconselhamento genético e os cuidados maternos neonatais. Além disso, em todas as idades precisa adotar práticas de escuta sonora segura, monitorar o controle do ruído nos ambientes, identificar e tratar precocemente e adequadamente infecções e doenças da orelha."

A especialista orienta ainda sobre ações cotidianas que promovem o cuidado com a audição:

"Como, por exemplo, manter um estilo de vida saudável, controlar e adequar ao longo dos fones de som de ouvido e também do som do carro, não colocar objetos pontiagudos próximo à orelha, nem inserir substâncias ou medicamentos sem a prescrição médica, não inserir a arte flexíveis dentro da orelha, que são os cotonetes, porque o cotonete ele empurra a cera auditiva e a cera ela é uma proteção para o nosso ouvido. Então, a gente tem que limpar apenas a parte externa da orelha com a pontinha da toalha. Também devemos evitar automedicação."

Existem exames que possibilitam o diagnóstico precoce da surdez, desde o nascimento e em todas as faixas etárias. O “teste da orelhinha”, por exemplo, deve ser feito ainda na maternidade, com o recém-nascido.

A audição também envelhece e o envelhecimento do corpo é um fator natural de perdas auditivas. A audiometria avalia a capacidade de audição ao longo da vida, completa a fonoaudióloga Wigna Raissa Leite Matias:

"Outro exame também que a gente realiza é a imitanciometria ou impedanciometria, verificando o funcionamento do tímpano e a complementar onde a gente utiliza pra identificar doenças de ouvido, como otite, entre outros."

Pessoas expostas a barulhos intensos e por longo período, no ambiente de trabalho, também podem ter perdas auditivas induzidas e contínuas por ruído.  A exposição a produtos químicos, como o chumbo e o mercúrio, aumentam os riscos. O uso de protetores auditivos é fundamental para a prevenção, nesses casos.

Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante

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