Ouça "Câncer de pulmão é o segundo mais mortal entre as mulheres no Brasil" no Spreaker.
A morte da cantora e compositora, Rita Lee, ocorrida na última segunda-feira (08), vítima de câncer de pulmão, vem chamando atenção da população para esse tipo de câncer, o segundo mais mortal entre as mulheres no Brasil.
Segundo dados do Instituto Nacional do Câncer (INCA) somente em 2020 foram registrados cerca de 29 mil óbitos por câncer de pulmão, uma taxa de mortalidade considerada elevada em comparação à incidência de diagnósticos da doença.
Grande desafio para a saúde pública, o câncer de pulmão tem sinais não muito específicos e frequentemente são confundidos com outras patologias pulmonares, como explica a médica pneumologista, Simone Castelo Branco, da UFC:
"Na maioria dos casos de câncer de pulmão, o paciente não apresenta sintomas até a doença estar bem, isso dificulta muito o diagnóstico fazendo com que o diagnóstico seja tardio na maioria das vezes. Os pacientes podem se apresentar com tosse, falta de ar, escarro com sangue, pode ter chiado no peito, dor torácica, dor no peito, rouquidão."
Segundo a pneumologista Simone Castelo Branco, o tabagismo e a exposição passiva ao tabaco são fatores de risco importantes para o desenvolvimento do câncer de pulmão, aliados a outras condições e hábitos de vida:
"Aquela pessoa que fuma mais de uma carteira por dia, por um período superior a vinte anos, essas pessoas que fumam tem o risco vinte vezes maior de ter câncer de pulmão quando comparada a pessoa que não fuma. As pessoas que tem tabagismo passivo também, que tem o contato com o fumante, também tem o risco aumentado. Uma dieta também com muita gordura, com baixo teor de vitaminas, como vitamina A e vitamina E, também tem alguns relatos de associação com o câncer de pulmão, as mulheres quando expostas aos fatores de risco tem um risco maior de ter câncer de pulmão que os homens."
A pneumologista Simone Castelo Branco, da UFC, destaca medidas de prevenção para evitar o câncer de pulmão:
"A mensagem que a gente deve deixar aqui é que as pessoas não fumem. Que o cigarro ele é muito prejudicial para a saúde. E ele causa não somente câncer de pulmão, mas causa câncer em outros locais do organismo e outras doenças crônicas que também levam a sofrimento, levam a perda e a qualidade de vida da pessoa que não são câncer. Incluindo aí o cigarro eletrônico. O cigarro eletrônico ele chegou com a nova cara dando aquela ideia de modernidade de jovialidade e o cigarro eletrônico na verdade também mata da mesma forma que o cigarro convencional."
O Instituto Nacional do Câncer (INCA) projeta que são esperados mais de 32 mil novos casos de câncer de pulmão no Brasil para cada ano do triênio 2023-2025.
Reportagem de Fátima Leite
