O estoque de leite materno, do Banco de Leite Humano da MEAC - Maternidade Escola Assis Chateaubriand, está no limite. Atualmente, o local trabalha na margem de segurança, com 30 litros de leite humano pronto para ser utilizado.
As doações têm diminuído desde dezembro do ano passado e, para garantir a necessidade diária, a MEAC realiza uma campanha para cadastro de novas doadoras. A enfermeira assistencial do Banco de Leite Humano da MEAC, Marielle Ribeiro Feitosa, informa sobre a demanda:
"Na Maternidade Escola, nós temos cinco unidades neonatais que a gente precisa de uma média diária de sete litros materno de leite para suprir as necessidades desses bebês. É uma média de 50 bebês internados e, deles, 22 ficam nas UTIs. Então, levando em consideração que se a gente for enviar pras unidades neonatais sete litros, tendo em vista esse período que as mães reduzem a produção, a gente já fica em alerta porque a gente pode chegar em um momento de não ter a quantidade suficiente."
A pandemia de covid-19 também influenciou as doações de leite materno:
"Logo quando a pandemia começou, nós percebemos um declínios nas doações. As mulheres começaram a ficar com medo e, realmente, diminuiu. Mas com o tempo, com o isolamento social, as mães realmente ficaram em casa e, com o trabalho remeto, elas puderam doar mais leite. No entanto, com o retorno agora da pandemia, a gente percebe que esse volume não está como antes no passado, mas que está declinando um pouquinho. Então, só reforçando, as mulheres em período de pandemia, se elas estiverem com algum sinal característico de Covid (tosse, espirro, mal estar), ela já não pode doar, mas ela pode continuar amamentando se ela quiser, claro que com cuidados, como máscara e lavagem de mãos. Logo após o tratamento, se ela se sentir bem, ela pode retornar o contato e continuar a doar."
Para doar, as mães devem estar saudáveis, amamentando e terem excesso de leite. O leite recebido é pasteurizado e vai alimentar bebês prematuros, fortalecendo a vida que começa. A enfermeira Marielle Ribeiro Feitosa lembra a importância do aleitamento materno:
"Além de ele promover o vínculo, tem um fator para a redução do câncer de mama. Além de ele ter benefícios como aumento da imunidade para o bebê por meio do leite materno, só o ato de amamentar e de doar, a gente considera um ato altruísta. E as mulheres quando doam conseguem prover o aleitamento de outros bebês, cujas mães, que estão com o psicológico abalado por deixarem seus bebês nas unidades neonatais, não conseguem produzir o suficiente [de leite]."
As doações podem ser feitas em casa. O cadastro das doadoras é feito pelo telefone 3366.8509.
Ana Mary Cavalcante, para a Rádio Universitária FM.
