02/03/21

Acessibilidade: Arquitetura Hostil x Arquitetura Inclusiva

Para a professora Zilsa Santiago, a arquitetura inclusiva é atrativa, acolhedora e baseada nos pilares da acessibilidade para todos (Foto: Reprodução/Internet)

O direito de acesso ao meio físico da cidade, sobretudo para as pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida, é assegurado pela Constituição Federal brasileira. Porém, o que se constata é a existência de inúmeras barreiras físicas que impedem que essas pessoas usufruam do direito fundamental de se locomoverem livremente pelas calçadas, praças, edificações públicas e de uso coletivo.

Na prática estão sendo criadas cada vez mais cidades com ambientes hostis, que excluem pessoas com deficiências e não contribuem para melhorar a vida do cidadão. Para a professora do Curso de Arquitetura da UFC, Zilsa Santiago, uma arquitetura hostil propicia a violência urbana e piora a vida do cidadão:

"Você andar um quarteirão em uma calçada de dois metros de largura , com um muro de quatro metros de altura, um muro cego, sem nenhuma conectividade, torna esse passeio um deserto, inclusive propício à violência. Quando se faz um grande viaduto para facilitar o deslocamento de veículos e não se pensa no pedestre. Outro exemplo é, disfarçadamente, a gentileza urbana com vegetação espinhosa, isso pra mim é exemplo de um ambiente construído hostil."

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De acordo com Zilsa Santiago, muros altos ajudam a tornar o passeio pela cidade deserto e sem conectividade (Foto: Google Imagens)

Já no ambiente da arquitetura inclusiva, na análise da arquiteta Zilsa Santiago,
acontece justamente o oposto. Ela é atrativa, acolhedora, baseada nos pilares da acessibilidade para todos, propiciando segurança, autonomia e conforto. A arquiteta fala sobre a importância do ambiente construído com a finalidade de ser inclusivo.

"A importância do ambiente construído inclusivo é vital para o exercício da cidadania e qualidade de vida da população, lembrando que essa população está envelhecendo. Existem pesquisas justamente mostrando como é necessário que a cidade, como espaço democrático de convivência ofereça condições adequadas para as pessoas em toda a sua diversidade geracional, de forma que possam circular com autonomia, segurança e conforto, bem como usufruir de espaços de encontro, de lazer."

Ainda segundo a arquiteta Zilsa Santiago , Fortaleza , do ponto de Vista da inclusão espacial vem melhorando graças a seu código novo, que já introduziu grandes mudanças. Ela nos conta que, no momento, está em elaboração um Plano de
Caminhabilidade, que beneficia locais da cidade onde ocorrem grande fluxo e
muitos acidentes.

Mas, de acordo com a arquiteta, é muito importante que haja continuidade dos
projetos governamentais que têm como premissa pensar na cidade como um
todo.

Márcia Vieira para a Rádio Universitária FM

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