Com o grande número de aulas voltadas para a memorização de conteúdos e a preparação para os vestibulares, existe uma perspectiva de que o ensino brasileiro está mecanizado, focado em simplesmente continuar fazendo o que sempre fez. Mas é para expulsar essa impressão, e comentar as interessantes iniciativas que estão acontecendo no campo do ensino, que será realizada a I Jornada do LABEL (Laboratório de Estudos em Linguística, grupo de pesquisa da UFC) no dia 28 de novembro.
Claudete Lima*, doutora em Linguística pela UFC e coordenadora do LABEL, explica que o principal objetivo do grupo é “colaborar com o ensino básico, especialmente o ensino médio, através da produção de jogos didáticos, sejam jogos de tabuleiro, de cartas, ou jogos digitais”.
A motivação por trás da Jornada do Label, de acordo com a professora, é exatamente a de propagar a ideia de que os jogos didáticos, e outros métodos de ensino alternativos, são viáveis. “Nós queremos divulgar o jogo lúdico, que não é uma ideia muito comum para a população leiga. A gente quer fazer um vínculo das pesquisas na Universidade com o que está sendo feito na sala de aula”, afirma Claudete.
O grupo de pesquisa LABEL estuda o uso de jogos no ensino médio (Foto: Divulgação)
É através dessa ideia que se organiza a programação do evento, que abre com uma conferência sobre A construção de material didático por comunidades de tradição oral, da professora Odileiz Sousa Cruz, da Universidade Federal de Roraima (UFRR). Depois dessa conferência, será realizada uma mesa redonda sobre Recursos didáticos para o ensino de língua portuguesa, com palestras da professora Pollyanne Ribeiro, da UFC, da professora Emiliane Alves, da EEEMI Antônio Bezerra, e de vários integrantes do LABEL.
Lançamento de livro
O encerramento do evento será o lançamento do livro Oficina(s) do Professor de Língua Portuguesa, da professora da UFC Pollyanne Ribeiro, pós-doutora em Linguística Aplicada pela Universidade de São Paulo (USP). A professora explica que o livro "faz uma defesa das oficinas e propõe o uso delas. As oficinas tornam o aluno o centro do estudo, fazem ele se destacar, e fazem com que ele participe mais e entenda mais o conteúdo por estar lidando com coisas que fazem parte de seu cotidiano".
Depois da parte teórica de defesa das oficinas, o livro se foca em explorar as possibilidades que essas oficinas podem trazer ao ensino. Pollyanne explica que a obra "tem cunho mais prático, com a intenção de ser material de suporte, dar ferramentas para o professor levar essas teorias para a sala de aula. O livro propõe quase 50 oficinas para tornar a aula de língua portuguesa mais atrativa para o aluno. Oficinas baseadas em quadrinhos, em música, em charges, em diversos outros gêneros que fazem parte da realidade do aluno", complementa.
*Confira a entrevista completa com a professora da UFC Claudete Lima que foi ao ar na Revista da Educação, em 26 de junho de 2017:
Serviço
I Jornada do LABEL
Data: 28 de novembro de 2017
Horário: 15h-19h
Local: Sala Interarte (Casa de Cultura Alemã - CH1/UFC)
Mais informações no site da I Jornada do Label
