O grupo Tripulantes da Sabiabarca foi criado em 2014, para uma turnê de shows da Bienal de Dança do Ceará. (Foto: Tim Oliveira)
Do encontro entre Ilya Borges, Carlos Hardy e Diego Ramires surgiu os Tripulantes da Sabiabarca. Mais do que musical, esse encontro de alma resultou em um projeto artístico que mistura a psicodelia dentro do cancioneiro popular. O trio é o convidado desta semana da seção Ceará Sonoro do site da Rádio Universitária FM 107,9 MHz.
Com composições autorais e algumas releituras de grupos que os influenciam, os Tripulantes da Sabiabarca escolheram como morada e como eixo criativo a Sabiaguaba, localizada no litoral leste de Fortaleza. É lá que o trio mantém a CASA UM, espaço destinado tanto ao preparo das refeições dos músicos como à construção de novos arranjos. "Nós percebemos que a Sabiaguaba é fundamental para a nossa criação, produção e interação. Ela que dá a liga ao nosso grupo", explica Ilya, lembrando ainda que a CASA UM recebe outros músicos cearenses para a troca e a partilha de novos sons. Passaram por lá grupos da cena autoral cearense, como Capotes Pretos na Terra Marfim, Forria, Renegados, Canela Fina e Água de Quartinha.
Musicalmente, cada um dos tripulantes imprime ao projeto um pouco da sua trajetória e das suas influências musicais que vão desde a música africana e a festa de rua até o rock progressivo. Porém, os músicos evitam enquadrar o coletivo em rótulos."Acredito que nós fazemos um som universal. A gente deixa a criatividade bem livre para fluir. É música
brasileira, música do mundo", afirma Hardy.
Os Tripulantes da Sabiabarca lançaram em 2015 o seu primeiro EP Céu e Mar que contou com a parceria de José Rodrigues, Alan Mendonça e Samara Garcia. Além das três músicas do EP, os tripulantes disponibilizam toda semana, por meio das suas plataformas digitais, novas faixas gravadas e produzidas na CASA UM. Segundo Carlos Hardy, o desafio das bandas independentes tem sido produzir o seu própio conteúdo com qualidade. "Nós estamos fazendo uma espécie de home studio e pesquisando como soar nas gravações da forma mais verdadeira possível, como se fosse no show. Esse processo de aprimoramento tem tudo a ver com a atual cena da música independente", ressalta.
No palco, os Tripulantes da Sabiabarca se apresentam por meio da fusão da bateria e do piano com as 3 vozes. De acordo com Ilya Borges, o grupo é um tripé que tem se sustentado bem com a troca de experiências de cada tripulante. "O Diego trabalhou muitos anos em estúdio e nos ajuda com a técnica do som, o Hardy trabalha nos arranjos vocais e nos arranjos instrumentais e eu, como sou estudante de Licenciatura em Teatro pelo Instituto Federal (IFCE), fico responsável pela performance no palco e em ordenar a sequência do repertório", complementa Ilya.
Confira a entrevista completa com os Tripulantes da Sabiabarca*:
Ouça também o EP Céu e Mar, do grupo Tripulantes da Sabiabarca:
* Entrevista realizada no estúdio da Rádio Universitária FM em 10 de janeiro de 2017.
