Foto: Fernanda de Façanha
O mês de março inicia um ciclo de homenagens, entrevistas sobre vivência e memórias de mulheres e com a fala da mulher em evidência no Site da Universitária FM. A sessão Entrevista, assim como o Ceará Sonoro e a sessão Memória, busca, neste mês, a opinião e o pensamento da mulher cearense sobre a mulher em diversos setores e valores; o pensamento, as escolhas e as problemáticas de ser mulher na contemporaneidade brasileira.
Segundo a organização Ciclovida, associação dos ciclistas de Fortaleza, o número de mulheres usuárias de bicicleta como meio de transporte em Fortaleza é bem menor do que o número de homens. O Ciclanas - Mulheres de bicicleta no trânsito de Fortaleza é um grupo criado com o intuito de promover a comunicação entre as mulheres ciclistas da cidade, assim como para troca de experiências e meio potencializador de resistência da mulher na ocupação da cidade. Assim, o Ciclanas é um espaço de compartilhamento de histórias, força, formação e que pretende a partir desta troca encorajar cada vez mais mulheres a utilizar a bicicleta como meio de transporte. O grupo conta, hoje, com cerca de 2 mil mulheres e completa neste mês de Março 1 ano de existência.
O Entrevista desta semana conversou com Grazi Barros, mestranda de comunicação na UFC, ciclista em Fortaleza e membro do Ciclanas. Grazi conversa com a Universitária FM sobre sua experiência com a bicicleta, como a relação com a cidade muda ao adotar a bicicleta como meio de transporte.
Para Grazi, escolher a bicicleta como meio de transporte é intrinsecamente ligado a uma sensação prazerosa. "Você muda a escala. Antes, só andava de ônibus. Quando você está no ônibus você tem outra vivência, você está com outras pessoas e isso proporciona uma série de encontros (...) Mas, o ônibus é grande e protegido por uma estrutura de metal. Quando você muda essa escala e você tá na bicicleta, seu corpo tá na rua, você sente o vento, o chão, observa as casas que você passa (...) Uma das coisas que marca bem essa experiência é a mudança na maneira que você vê a cidade." O percurso de bicicleta faz a pessoa enxergar outras peculiaridades da cidade e o ciclista passa a conhecer melhor o corpo, já que este é o motor do transporte.
O grupo Ciclanas é autogerido: os membros sugerem oficinas, cineclubes e assim, trocam as experiências não só nas redes sociais, mas ao ocupar espaços públicos. Grazi afirma que a ideia do grupo é "cada vez mais empoderar mais mulheres para que elas andem de bicicleta e ocupem a cidade, e sejam cada vez mais felizes."
Escute a entrevista abaixo:
Conheça a página do Facebook das Ciclanas ou entre no grupo do Facebook (só mulheres).