Ouça "Dia Nacional do Reggae: cultura e legado musical" no Spreaker.
Rafael Santana
Especial para a Rádio Universitária FM
No dia 11 de maio é celebrado o Dia Nacional do Reggae no Brasil. A data, instituída por lei federal em 2012, é uma referência ao dia da morte do cantor e compositor jamaicano Bob Marley, responsável pela difusão do ritmo pelo mundo.
Esse gênero musical nasceu na Jamaica no final da década de 1960, em um contexto de luta social e busca por justiça. Isso se reflete nas letras das músicas, que são marcadas por críticas sociais e promoção de ideais de liberdade, paz mundial e preservação da natureza.
O músico, pesquisador e professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia Fabrício Mota ressalta a importância da celebração desta data:
“Comemorar o dia nacional do reggae acaba mobilizando a opinião pública, mobilizando às instituições a refletirem sobre a relevância desse gênero que entra pela zona portuária e vai contaminando as vidas das pessoas, e hoje a gente tá falando dele nas rádios, nas universidades, nos centros de investigação e de pesquisa, dada a importância que esse grande movimento civil e político cultural e musical tem.”
No Brasil, o reggae foi incorporado à cultura nacional entre 1970 e 1980, através dos trabalhos de artistas como Gilberto Gil, Luís Vagner e Lazzo Matumbi . Para o professor e pesquisador Fabrício Mota, o gênero musical pode ser considerado como um dos patrimônios da cultura brasileira:
“E aí não só do ponto de vista da música, mas sobretudo, e pra mim isso é o ponto mais forte, o reggae é uma espécie de novo discurso de valorização da cultura negra no mundo. E aí o Brasil vai se reenxergar nesse mundo como uma potência de presença africana muito forte. Então eu diria que o reggae foi e ele ainda é um dos gêneros musicais mais importantes pra se promover a integração social no Brasil, para pautar a necessidade de um país que reconheça as suas diferenças.”
Segundo Fabrício Mota, o Dia Nacional do Reggae pode ser usado como ferramenta pedagógica para lembrar a relevância que esse gênero musical tem:
“O Poder Público e os espaços institucionais precisam reconhecer esse movimento civil, social, cultural, musical, no plano da educação, para além da escola, fomentando espaços de lazer, fomentando espaços artísticos para que os artistas que trabalham com esse gênero musical possam se expressar, possam promover a sua arte, possam produzir sua música, possam movimentar outras pessoas através da arte. Então quando a gente está falando de educação, a gente está falando para além das instituições escolares, a gente está falando de valores inclusive que transcendem a própria música reggae e que nos fazem pensar na força do reggae como um gênero musical da diáspora negra.”
