O calor dos últimos meses, acentuado pelo fenômeno El Niño, também afeta a qualidade dos alimentos. As altas temperaturas aumentam os casos das chamadas DTAs – doenças transmitidas por alimentos.
As DTAs se manifestam por infecções, quando consumimos alimentos contaminados por bactérias e fungos, ou por intoxicação alimentar, causadas por substâncias tóxicas também produzidas pelos microrganismos.
O calor, associado à umidade, favorece a proliferação de bactérias e fungos, explica o nutricionista do Instituto de Saúde e Gestão Hospitalar, Mateus Cardoso:
"Os alimentos mais suscetíveis são aqueles que estão ali em habitats mais propícios pra proliferação dos microrganismo quando se trata de umidade, de temperatura, má manipulação desses alimentos que não seguem boas práticas de manipulação de alimentos."
Molhos e cremes, salgados recheados e sanduíches são alguns exemplos de alimentos mais suscetíveis à contaminação.
Em locais de comercialização, é recomendado o uso de equipamentos de proteção individual, além da conservação dos alimentos na temperatura correta. Em self-service, por exemplo, eles devem ser mantidos com temperaturas acima de 60 graus e por, no máximo, seis horas. Já saladas e alimentos crus devem ser conservados abaixo de dez graus, pelo mesmo período. E quem leva a refeição para o trabalho precisa mantê-la na geladeira até o momento do consumo.
O nutricionista Mateus Cardoso completa.
"Em casa um bom cuidado é nunca esquecer de fazer a higienização das mãos antes de manipular qualquer tipo de alimento, não deixar nenhum tipo de alimento exposto durante muito tempo em temperatura ambiente. Sempre higienizar bem antes de qualquer manuseio, higienizar bem as mãos e o próprio alimento também.
Além dos cuidados com os alimentos, os especialistas recomendam que a população beba bastante água, principalmente, nesta época de calor intenso.
Os sintomas das DTAs variam, mas, de modo geral, podem ocorrer: náusea, diarreia, vômitos, dor abdominal, mal-estar e febre.
Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante
