22/12/23

Árvores históricas da Reitoria da UFC passam por manutenção

As sumaúmas são árvores vulneráveis ao besouro metálico (Foto: Viktor Braga/UFC)

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Cada árvore importa: para uma cidade, para a infância, para os pássaros. Por isso, todo o esforço está sendo feito para salvar duas árvores gigantes: as sumaúmas dos jardins da Reitoria da UFC, que foram afetadas pelo chamado besouro metálico.

Pela falta de inimigos naturais no meio urbano, o besouro metálico se tornou uma praga. Na fase adulta, ele se aloja na copa das árvores e consome as folhas. A explicação é do professor Lamartine Soares, do Departamento de Fitotecnia da UFC:

"O problema é que as fêmeas descem na região próxima ao solo e depositam seu ovos. Essas larvas se desenvolvem na base da planta, larvas essas que podem chegar ao comprimento de 16cm e que consomem internamente a planta, comprometendo a estrutura da árvore, e ela pode colapsar, indo ao chão."

As sumaúmas da Reitoria da UFC são monitoradas desde o ano passado, quando foi identificada a presença do besouro metálico. Um relatório técnico apontou a necessidade do fortalecimento das árvores e de correção dos problemas que possam agravar a situação das espécies, já que não existe defensivo ou método de controle para o besouro metálico e as larvas.

Nesta semana, foram iniciadas a poda corretiva das sumaúmas e a redução da carga suportada pelas árvores. O professor Lamartine Soares, da UFC, informa ainda sobre o processo de fortalecimento das sumaúmas:

"Pequenos pontos de solo que são substituídos a uma profundidade de 20cm e vamos entrar com um composto orgânico, que é rico em nutriente. Outra técnica é a endoterapia: vamos injetar nutrientes diretamente nos vasos condutores da planta."

As sumaúmas da UFC têm cerca de 50 anos, calcula o especialista. Para quem cruza os jardins da Reitoria, as árvores gigantes são uma bela surpresa. Para os indígenas da Amazônia, terra das sumaúmas, são árvores sagradas. E, para os periquitos que voam de uma para a outra, no entardecer, elas são uma festa:

"E torna mais intensa a visita e a utilização das sumaúmas pelos pássaros no período de floração porque suas flores são comestíveis para alguns pássaros, como os periquitos, e, principalmente, já perto da dispersão dos frutos cujas sementes também servem de alimento. Precisamos entender o quanto somos dependentes de árvores urbanas. A árvore tem capacidade de captar poluentes do ar, reduzir a sensação térmica, ainda mais nesse período de aumento de temperatura. A presença de árvores como a sumaúma permite uma melhor infiltração de água no solo."

De acordo com o cientista, há estudos que comprovam que a população urbana se torna mais feliz com a presença das árvores.

Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante

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