02/10/23

Campanha nacional reforça prevenção ao Alzheimer

Até 2050, o número de diagnósticos de demência pode chegar a seis milhões de pessoas, no Brasil (Foto: Reprodução/Internet)

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“Nunca é Cedo ou Tarde Demais” para prevenir o Alzheimer e outras demências. A afirmação é parte de uma campanha nacional, realizada pela Febraz – Federação Brasileira das Associações de Alzheimer.

No Brasil, a estimativa é que quase dois milhões de pessoas vivem com algum tipo de demência e cerca de cem mil novos casos são diagnosticados por ano.

A presidente da Febraz, Elaine Mateus, considera que a atenção a sinais e sintomas começa antes mesmo do envelhecimento.

"Não só alterações de memória, mas mudanças no comportamento, alterações no humor, mudanças que interferem na rotina, essas mudanças precisam ser olhadas com muita atenção. A prevenção começa muito cedo, nos acompanha na meia idade, entre os 45 e 65 anos, por exemplo, é onde os fatores como hipertensão, perda auditiva, obesidade e traumatismo craniano são os mais importantes. Então, é um processo para a vida processo de vida."

De acordo com a especialista, existem doze fatores de risco, para o Alzheimer e outras demências, já identificados pela ciência e que passam pela qualidade de vida.

"São eles: baixa escolaridade, hipertensão, perda auditiva, obesidade, traumatismo, crânio encefálico, alcoolismo, depressão, inatividade física, diabetes, poluição, tabagismo e isolamento social. Caso esses doze fatores de risco fossem eliminados da nossa vida, reduziríamos em 48% o número de casos de demência. Quando a gente pensa nos fatores que reduzem o risco de demência, a gente também está olhando pra aquilo que nos dá qualidade de vida no processo de envelhecimento."

A formação de uma rede de apoio é essencial para o paciente e os mais próximos.
E ela cruza as políticas públicas. Segundo a Febraz, um Plano Nacional de Demência tramita, na Câmara dos Deputados, desde novembro de 2021.

O plano implementa ações integrais no tratamento, além de reforçar outras garantias essenciais, destaca Elaine Mateus, presidente da Febraz.

"A garantia da dignidade e da cidadania ativa. Todas as questões que passam inclusive por uma ressignificação do viver com demência. Receber o diagnóstico da demência significa olhar pra vida de uma outra perspectiva e reorganizar as rotinas a partir daí. Não é o fim, mas nós precisamos sim de uma rede de apoio, nós precisamos de serviços a disposição para que a jornada do cuidado seja uma trajetória leve, uma trajetória possível que permita a todos uma boa qualidade e fundamentalmente dignidade no processo."

Até 2050, o número de diagnósticos de demência pode chegar a seis milhões de pessoas, no Brasil.

Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante

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