Ouça "Quatro casos de febre maculosa foram registrados no Ceará em 2023" no Spreaker.
Trinta e seis casos de febre maculosa foram confirmados, no Ceará, entre 2010 e 2022. Neste ano, já foram registrados quatro casos da doença no Estado. Todos na Região do Maciço de Baturité. A doença é endêmica, ou seja, sempre existiu, mas não há registro de óbito por febre maculosa na série histórica local. As informações são da Secretaria da Saúde do Ceará (SESA).
A febre maculosa é uma doença infecciosa e pode ser fatal. Ela é causada por uma bactéria transmitida pela picada do carrapato conhecido como “carrapato estrela”, comum em regiões de Mata Atlântica, por exemplo.
Doutora em Saúde Pública e Articuladora do Grupo Técnico das Zoonoses, Kellyn Cavalcante, recomenda evitar áreas de pasto ou próximas a rios e lagoas, além de mata ciliada:
"Se tiver necessidade de exposição que utilize os equipamentos de proteção individual, roupas claras pra ver a presença de carrapatos, mangas compridas, botas, pode também ser utilizado produtos carrapaticidas à base de caridina. E, realmente, ao início de qualquer sintoma atrelado à exposição a essas áreas, procurar qualquer unidade de saúde mais próxima."
Febre súbita, dor de cabeça intensa, náuseas e vômitos, dor muscular constante e inchaço na palma das mãos são sintomas da febre maculosa. O tratamento é feito com antibiótico e deve ser iniciado o mais rápido possível, em até cinco dias do início dos sintomas, orienta a especialista:
"Esses sintomas, como são inespecíficos, são muito semelhantes aos sintomas gripais. A recomendação é, se a pessoa que teve exposição a algum ambiente propício a presença de carrapatos nos últimos quinze dias e iniciaram os sintomas, procurar logo o atendimento médico e informar essa exposição ou a presença de algum carrapato no corpo."
Entre 2007 e até o último mês de maio, setenta por cento dos casos de morte maculosa, no Brasil, necessitaram de hospitalização. As mortes representaram 32% dos registros. A maioria dos pacientes, setenta e quatro por cento, reside em zona urbana, sendo que 68% estiveram em ambiente de mata. Outros quarenta e um por cento tiveram contato com cães ou gatos. Os dados são do Ministério da Saúde.
Reportagem de Ana Mary C. Cavalcante