20/05/21

Professor da UFC explica sobre reação adversa de vacinas

O professor Edson Teixeira coordena o LIBS - Laboratório Integrado de Biomoléculas da UFC (Foto: REUTERS/Dado Ruvic

A OMS, Organização Mundial da Saúde, vem alertando há alguns anos sobre o aumento da hesitação global em torno das vacinas. Quem hesita é porque não está seguro de que deve ser imunizado. O medo das reações adversas geralmente é uma das razões que está por trás deste receio. Para responder a algumas dúvidas sobre o assunto, conversamos com o professor Edson Teixeira, da Universidade Federal do Ceará. Ele é vinculado ao Departamento de Patologia e Medicina Legal da Faculdade de Medicina.

Duas questões de partida: O que é considerado como reação adversa? Toda vacina pode provocar essas reações?

"Toda vacina ela realmente pode provocar reações adversas. O conceito é qualquer resposta indesejável, não intencional, a uma vacina. No curso do desenvolvimento da vacina, há uma análise das reações adversas mais comuns. E, por exemplo, a mais comum delas é a sensibilidade no local da injeção, dor de cabeça, mal estar. São reações adversas que não ocorrem com todas as pessoas, mas que são previstas na bula das vacinas."

Bom, e por que as reações adversas acontecem em algumas pessoas e em outras não?

"Bom, nós somos indivíduos que possuímos uma anotação genética diferente. E por conta disso, nós temos esses genes também nas nossas células imunológicas. E essas células podem ou não responder de forma diferente a estímulos. Algumas pessoas vão ser mais reativas no ponto de vista das reações adversas do que outras. Isso é comum e isso ocorre desde que nós iniciamos a farmacologia como medida terapêutica na medicina."

No caso da Covid-19, pode acontecer da pessoa ser infectada, tomar a vacina e, em seguida, começar a sentir sintomas. Como reconhecer se o que a pessoa está sentindo
é uma reação adversa ou um sintoma da própria Covid?

"As reações adversas são autolimitadas. Elas não se propagam por muitos dias. É bom que se reconheça que após a vacina é muito comum o aparecimento desses sintomas, desses sinais, como febre, como dor, como fadiga. Mas se esses sintomas permanecem por mais de 48h, e você vê uma evolução deste quadro, aí sim é necessário, a partir do terceiro ou quarto dia, procurar um serviço médico e fazer a testagem para Covid-19."

Estas e outras questões respondidas pelo professor Edson Teixeira, têm sido estudadas e difundidas pelo laboratório que ele coordena na UFC, o LIBS - Laboratório Integrado de Biomoléculas. No canal @libsufc, no instagram, há uma série de conteúdos de referência que podem ajudar a tirar outras dúvidas sobre imunização e vacinas contra a Covid-19.

Raquel Dantas para a Rádio Universitária FM.

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