A inovação está na ordem do dia. É um conhecimento que, além de gerar riqueza, possibilita respostas rápidas e precisas às demandas da sociedade. As conclusões são da professora Juliana Crepalde, da Universidade Federal de Minas Gerais, e foram apresentadas na palestra Novos Arranjos para Promover a Inovação nas ICTs brasileiras.
A palestra, transmitida em plataforma online, é parte da programação dos Encontros Universitários 2020, da UFC, e foi moderada pelos professores Rodrigo Porto e Ana Carolina Matos, da Universidade Federal do Ceará. Juliana Crepalde, que coordena do setor de Transferência e Inovação Tecnológica da Universidade Federal de Minas Gerais, fez a ponte entre a produção científica das instituições e as necessidades dos tempos atuais:
"Eu falo da riqueza não só do ponto de vista econômico, mas os impactos que o conhecimento pode gerar para nossa sociedade de forma ampla. Pandemia, não tem exemplo melhor para falar e mostrar o quanto a ciência e a tecnologia precisam estar entrelaçadas com o setor empresarial pra gente ter uma resposta rápida, pra uma questão que pegou o mundo de surpresa. É muito importante que sejam criados arranjos, mecanismos com criatividade, com inovação pra que a gente consiga fomentar o acesso pelo setor empresarial às competências que nós temos nas nossas instituições."
A especialista reforça a importância da conexão entre universidades e empresas, para promover a competitividade do setor nacional em inovação. Para Juliana Crepalde, o caminho entre a invenção e a inovação é aberto por meio do capital intelectual em áreas estratégicas, como a biotecnologia e a nanotecnologia. Além da promoção do acesso à tecnologia e o investimento em estruturas de pesquisa. A especialista considera as dificuldades nesse percurso de mão dupla, entre universidades e empresas, e sugere arranjos possíveis, já implementados na Universidade Federal de Minas Gerais:
"Acordo-parceria é um arranjo muito comum e está no artigo nono da Lei de Inovação. Aí, o acordo-parceria, quando a gente está negociando esse acordo, a gente tem que tratar das questões de propriedade intelectual: Como se dará o acesso a essa propriedade intelectual pela empresa?, Qual será a remuneração prevista para a universidade caso isso venha gerar uma exploração comercial? Então esse acordo é muito utilizado na UFMG para tratar de casos de execução conjunta. Outro arranjo é a transferência de tecnologia."
Para diminuir a distância com o setor produtivo, a UFC construiu, em 2020, no campus do Pici, o Condomínio do Empreendedorismo e da Inovação. O prédio deve possibilitar o intercâmbio entre a inteligência acadêmica e a inteligência do setor produtivo, lembra a professora Ana Carolina Matos, da UFC:
"Desde o ano passado, em especial, a gente tem se aproximado cada vez mais para conseguir fazer com que essa cultura de inovação seja a nossa liga, já que temos os atores e precisávamos juntar esses atores em lugar único. E também educação empreendedora que é algo que a gente sentia muita falta em institucionalizar."
A palestra “Novos Arranjos para Promover a Inovação nas ICTs brasileiras” permanece disponível no canal dos Encontros Universitários 2020, no Youtube.
Ana Mary Cavalcante, para a Rádio Universitária FM.