A Associação de Medicina Intensiva Brasileira, Amib, divulgou dados referentes à mortalidade de pacientes intubados durante o primeiro ano da pandemia de Covid 19 no Brasil. Segundo a Associação, quase metade das pessoas internadas com a doença necessitaram da ajuda de ventilação mecânica para respirar. Dos pouco mais de 46 por cento de pacientes que precisaram ser intubados nas Unidades de Terapia Intensiva, UTIs, em todo o país, 66 por cento morreram.
Para informar melhor a população sobre esse procedimento, conversamos com o médico intensivista da UTI Covid do Hospital Universitário Walter Cantídio da UFC, Alberto Hil, que explica o que é a intubação.
“É um procedimento no qual o médico insere um tubo através da boca do paciente até a traqueia para manter uma via aberta até o pulmão e garantir uma respiração adequada. Esse tubo é ligado a uma máquina conhecida como ventilador mecânico, ou popularmente como respirador, que ajuda o sistema respiratório enquanto o organismo se recupera.”
O médico intensivista Alberto Hil frisa que a intubação não é um tratamento, mas sim um suporte enquanto outras medidas e, principalmente, a própria capacidade de recuperação do organismo estão atuando. Para ele, praticamente nenhum procedimento em paciente grave é isento de riscos e aponta quais os perigos da intubação.
“Existe uma baixa na oxigenação do sangue ou até mesmo na pressão arterial devido à preparação, à sedação necessária para que seja feita a intubação. Mas já existem também todas as medidas antecipadas e preparadas para se atuar caso ocorra algumas dessas intercorrências”.
A intubação é um procedimento que faz parte do cotidiano das equipes multiprofissionais que trabalham nas Unidades de Terapia Intensiva, UTIs, antes mesmo da pandemia e que vem sendo de grande ajuda no tratamento da infecção pelo novo coronavírus como explica o médico da UTI Covid do Hospital Universitário Walter Cantídio, da UFC, Alberto Hil.
“E é importante dizer que ela é uma das principais ferramentas e suportes que ajudam o paciente com Covid. E, se o paciente veio a falecer, não necessariamente foi por causa da intubação e da ventilação, foi por conta das características da doença junto às características do paciente”.
Os dados divulgados pela Amib fazem parte do projeto UTIs Brasileiras, que analisou 98 mil internações de pacientes da Covid 19 em todo o Brasil desde o início de março de 2020. Mais informações sobre o projeto você encontra no site utisbrasileiras.com.br.
Márcia Ximenes para a Rádio Universitária FM