As conexões entre países estão cada vez mais presentes no cenário internacional. Os acordos comerciais que são feitos, as conferências internacionais e o fomento cultural são exemplos de interação entre os países. Para que essas ações sejam possíveis, é necessário eficácia e estratégia. Atualmente, o Brasil conta com mais de 220 instalações no exterior, como embaixadas, consulados e delegações. Nesse contexto, a grande maioria dessas práticas são realizadas por diplomatas.
Emanuel Sebag é economista e diplomata. Ele explica sobre as atribuições do cargo e a importância da profissão para a relação internacional com outros países:
"A diplomacia, pode-se dizer que de alguma forma, é o ponto de contato primordial entre os Estados. Diplomacia tem algo muito caro que é a tradição e prestou, e continua a prestar, diversos serviços para os Estados. Como um ponto de contato fidedigno em que os Estados possam estabelecer e recorrer a fim de defender seus interesses no estrangeiro".
Os diplomatas são responsáveis por representar o Brasil diante de outras nações e organizações internacionais; também de prestar assistência aos brasileiros no exterior; atrair turismo e investimentos e contribuir para a formulação da política externa brasileira. Para exercer a profissão, é preciso ser aprovado no Concurso de Admissão do Instituto Rio Branco, considerado um dos concursos mais difíceis do país.
No Brasil, o órgão responsável por operações de políticas externas e preservação dos interesses nacionais é o Itamaraty (Ministério das Relações Exteriores). Segundo esse órgão, “o Brasil possui relações com todos os outros 192 países membros da Organização das Nações Unidas, a ONU. Há apenas 11 países no mundo que têm relações diplomáticas com todos os demais países”.
Tarin Mont'Alverne é professora do curso de Direito da Universidade Federal do Ceará (UFC) com estudos voltados para o direito internacional. Ela comenta a importância da diplomacia no contexto internacional para um país:
"É importante também quando existe uma missão permanente nas Organizações Internacionais, porque o que acontece é que a Organização Internacional é um fórum permanente de negociação, então diariamente ocorrem negociações internacionais. Quando o Brasil tem uma missão permanente em uma Organização Internacional, isso faz com que o Brasil realmente participe de forma constante das negociações internacionais".
O posto mais importante no exterior é o de embaixador. Não é uma exigência que um embaixador tenha carreira na diplomacia, mas é necessário ter a idade mínima de 35 anos. Para exercer a função, é preciso ser nomeado pelo Presidente da República e ser sabatinado pelo Senado Federal.
O diplomata Emanuel Sebag esclarece porque normalmente são escolhidos diplomatas para serem embaixadores mesmo que isso não seja uma exigência:
"É uma tradição da diplomacia brasileira. Outras chancelarias não agem dessa forma. Por exemplo, na chancelaria dos Estados Unidos (EUA) é muito comum ter embaixadores que não sejam de carreira. A nossa diplomacia sempre foi muito fundada numa ideia de excelência na formação, tanto é que nós temos uma das academias diplomáticas mais antigas do mundo, que é o Instituto Rio Branco".
O Itamaraty aponta como responsabilidade de um embaixador a chefia de uma Missão Diplomática, em Embaixadas e Representações junto a Organismos Internacionais. A professora do curso de direito da UFC Tarin Mont’Alverne explica de que maneira são feitas essas atribuições:
"É aquela pessoa que vai chefiar todas as discussões, toda a participação do Brasil, seja numa determinada Organização Internacional, seja em uma determinada negociação sobre um tratado internacional ou mesmo em uma embaixada no exterior. Ele vai realmente chefiar aquela missão diplomática, e o embaixador vai justamente garantir todas as discussões e negociações bilaterais que vão existir".
Além de acordos, e atividades já presentes no dia a dia, o Itamaraty também aborda temas como saúde, educação, cooperação esportiva, atração de investimentos e outros temas que hoje também competem às relações exteriores.
Reportagem de Calianne Celedônio com orientação de Carolina Areal e Igor Vieira