O financiamento coletivo, também conhecido como crowdfunding, é um recurso utilizado para realização de projetos, que necessita da colaboração de pessoas que têm interesse no tema em questão. Essa forma de financiamento é feita por meio de doações dos colaboradores, que recebem recompensas em troca da ajuda financeira.
Na última década, o mercado desse setor tem crescido bastante no Brasil, a Kickante, plataforma de crowdfunding que mais cresce no país, lançou, de 2013 até 2015, mais de 8 mil campanhas, arrecadando o total de 14 milhões de reais, de acordo com pesquisa da Forbes. Outro grande site brasileiro, o Catarse, lançado em 2011, viabilizou mais de 5600 projetos e arrecadou mais de 16 milhões de reais, somente no ano de 2016, segundo informações da própria plataforma.
Uma parte do apelo desses sites é a falta de juros excessivos e de burocracia em relação aos bancos. Além disso, eles podem ser utilizados por qualquer pessoa para financiar projetos em qualquer área, seja de negócios, causas sociais, esportes ou culturais.
No cenário artístico, as plataformas são cada vez mais utilizadas por diversas personalidades do meio, e se tornam alternativas ao financiamento feito por empresas privadas ou editais públicos. A cantora Elza Soares, por exemplo, lançou no site Kickante uma campanha com o objetivo de viabilizar a produção do DVD de seu álbum A Mulher do Fim do Mundo.
Campanha para gravação de Qual é a sua revolução?
Outro exemplo disso, em Fortaleza, é o cantor Berg Menezes. Atuando na cena autoral cearense há mais de dez anos, ele lançou seu primeiro disco solo da carreira, Pedra, em 2016, pelo selo Mocker Discos. Este ano, porém, o músico resolveu dar início a uma campanha de financiamento coletivo no site Benfeitoria, com o objetivo de realizar o lançamento de seu novo álbum, Qual é a sua revolução?.
Para ele, esse momento é propício para utilizar o financiamento coletivo porque os fãs já conhecem seu trabalho e podem se interessar em ajudar. Além disso, Berg vê uma relação com o nome do próprio disco, que remete não só a situação política atual, como às “revoluções pessoais”. “É um momento de muitas dúvidas e a gente observa nas mídias sociais que as pessoas parecem ter uma solução pra tudo, mas ao mesmo tempo parece que fica só no discurso. Então a proposta do disco também é trazer a pergunta de o que as pessoas estão fazendo para realizar seus sonhos”, comenta.
A campanha foi lançada pelo cantor em março deste ano e tem a meta de alcançar R$ 15 mil até o fim do prazo, no dia 10 de junho. Os valores das contribuições vão de R$ 15 até R$ 2 mil, e há uma recompensa referente a cada valor doado, que pode ser em produtos ou serviços, como camisetas, copos personalizados, aulas de música, assessoria artística e shows. Segundo o cantor, as recompensas foram planejadas para interessar a todos os perfis, desde o público em geral, até outros artistas e empresas que queiram contratar seu trabalho.
Caso consiga atingir a meta da campanha, Berg planeja lançar o álbum entre os meses de setembro e outubro deste ano, antes das eleições presidenciais. Para a produção de Qual é a sua revolução?, o cantor conta com o apoio de Artur Guidugli (percussão e synths), Álvaro Abreu (bateria), Daniel Calvet (baixo) e Pedro de Farias (guitarra). O álbum vai ter ainda a participação dos músicos Zéis (Capotes Pretos na Terra Marfim), Miguel Cordeiro, Caio Castelo, Daniel Medina e Érica Albernaz.
Acesse o site Benfeitoria para saber mais sobre a campanha de financiamento coletivo do cantor Berg Menezes.