Leia Mulheres, Literatura Nordestina, Clube do Quadrinho, Literatura Feminista e Lendo Clássicos. Estes são os cinco clubes de leitura coordenados por Alessandra JJ, uma fortalezense apaixonada por livros que há quase quatro anos organiza, mensalmente, encontros gratuitos onde são discutidas importantes obras literárias da história.
A mulher por trás dos clubes
Em uma casa de estantes recheadas de livros e com gibis da Turma da Mônica espalhados pelos cômodos, Alessandra desenvolveu o gosto pela leitura desde a infância. A família a incentivava. Aos treze anos, sua mãe impôs a ela uma tarefa que inicialmente parecia impossível: ler a versão original de O Príncipe e o Mendigo.
A leitura do romance do norte-americano Mark Twain foi um divisor de águas na vida de Alessandra. Após o fim deste livro, a literatura já não parecia tão desinteressante e a vontade de ler outras obras cresceu. Uma nova leitora acabava de nascer.
A intimidade com os livros também a influenciou na escolha de sua faculdade. Alessandra decidiu cursar Letras-Português na Universidade Federal do Ceará (UFC) com o intuito de profissionalizar a prática que ama. Seus clubes de leitura foram surgindo com o tempo, quase que naturalmente.
Os clubes
Cada um dos clubes coordenados por Alessandra tem um objetivo específico. Seu primeiro grupo, que foi o Clube do Quadrinho, surgiu em 2013 na gibiteca da Biblioteca Dolor Barreira. O Lendo Clássicos, que é seu projeto mais recente, foi criado em 2017 com uma proposta diferente. Ao contrário dos outros, os encontros e discussões deste grupo acontecem via internet. A proposta é dar espaço para quem não tem tempo de participar presencialmente dos demais clubes.
O Leia Mulheres, seu clube com o maior número de participantes, tem uma história que começa na Inglaterra. Em 2014, a escritora britânica Joanna Walsh propôs um projeto que teria como foco ler e discutir apenas livros produzidos por mulheres, a fim de tentar dar um equilíbrio de gênero em um mercado literário que ainda é majoritariamente ocupado por obras masculinas. Logo, esta ideia ganhou o mundo e chegou ao Brasil. Alessandra JJ foi a mulher responsável por dar continuidade a este projeto em Fortaleza.
Apesar de cada clube ter um foco específico, todos os grupos são organizados com a proposta de serem uma roda de conversa aberta onde as pessoas possam debater informalmente sobre a obra escolhida. Ao longo dos anos, os números de participantes cresceram e atualmente quase mil pessoas estão em seus clubes de leitura.
Confira a entrevista* com Alessandra JJ:
*Esta entrevista foi concedida nos estúdios da Rádio Universitária FM no dia 11 de agosto de 2017.
A seção Entrevista teve produção e apresentação de Otávio Fernandes, operação de áudio de José Raimundo Lustosa, orientação de Igor Vieira e Carolina Areal, coordenação de Caio Mota e direção de Nonato Lima.